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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Hoje de manhã quando acordei e espreitei pela janela do quarto dos meus pais o mar e o nublado que escondia uma Ericeira a despertar, pensei que seria feliz a viver fora de Lisboa. Incomodam-me cada vez mais os barulhos, as pessoas, a agitação e estar uns dias afastada faz-me pensar diferente, sentir-me diferente e estar diferente. Sento-me no degrau já de banho tomado e corpo aliviado por um creme que acalma o que o sol provocou, olho para o sol que se deita no mar e sinto-me abençoada. Esqueço-me que tenho sempre uma to do list em mente e permito-me relaxar. Finjo que sou como os  summer lions que figuram nas páginas da Vanity Fair, que passavam a vida pelos Hamptons dividida em momentos de reclusão em que o trabalho consistia na produção de palavras dignas de Pulitzer, e jantares e piqueniques com amigos. Ontem ao final da tarde, perguntava à minha mãe que faria ela se tivesse que ter vivido na e pela arte. Riu-se e não me soube responder. Mas eu soube, sempre soube e sobre isso poucas dúvidas me restam. Vivo bem nas e pelas palavras. Sinto-me em casa rodeada de livros mesmo que me faltem as melodias e as imagens captadas para perdurarem pelo tempo. E se eu gosto de melodias e imagens intemporais... Mas gosto mais de palavras, e de frases e de textos. E gostava de não ter que regressar a Lisboa, mas ficar, sem pressa pelo que virá.

2 comentários:

João disse...

Quando descobrires como fazer disso vida diz-me. Estou interessado! ;)

Anita disse...

O meu sonho é ir viver para a Ericeira, minha vila do coração. Estou sempre em paz por lá. Mesmo que tivesse de vir trabalhar todos os dias para Lisboa... acho que é como voltar para os braços de um amor, no final do dia ☺